quarta-feira, 29 de abril de 2009

… sabe-se que o banco de trás não é grande coisa

O último banco tem quatro lugares. Três deles são maus e um é aceitável.
Os dois da direita, por estarem localizados por cima de uma das gigantescas rodas do autocarro, implicam que se pouse os pés a um nível mais elevado. Ora pernas encolhidas = desconforto. A acrescentar a isto, é praticamente impossível sair-se do lugar encostado à janela, pelo menos sem incomodar os dois passageiros do lado.
Depois há o terceiro lugar a contar da direita. Fica mesmo alinhadinho com o corredor central, o que é excelente para se rebolar por ali fora caso o bus resolva travar de forma mais afincada. As vistas não são grande coisa: à direita um par de passageiros, à esquerda um passageiro e alguma distância para a janela e, em frente, ou mais passageiros ou o tal corredor vaziamente assustador.
Finalmente chegamos ao lugar aceitável. Fica do lado esquerdo mesmo junto a um depósito cuja utilidade desconheço. Para além de se conseguir ter os pés a um nível normal, ser relativamente fácil sair-se e ter-se a protecção do banco da frente contra travagens, o lugar presenteia-nos com um apoio para o braço direito. Ou para pousar o saco da ginástica. Para conseguir ultrapassar a sua condição de aceitável só lhe falta mesmo uma melhor suspensão. É que quando se anda de autocarro sabe-se que no banco de trás qualquer buraco ou lomba na rua não passa despercebido.

1 comentário:

  1. Isto tem piada - quando era pequeno adorava os bancos de trás por causa desses saltos. Até sabíamos os locais do percurso com mais potencialidades do autocarro passar por um buraco e proporcionar um belo salto. Com a idade, as prioridades mudam.

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